Livro bom é como um filme e filme bom é como um livro.
No livro bom, o texto vai fazendo com que a gente possa ir “assistindo” os acontecimentos, visualizando os personagens, os cenários e parecemos estar “vendo” o desenrolar da história. No filme bom, o ver já nos é oferecido, mas quando a obra tem realmente conteúdo, os diálogos, as narrações, o enredo e até mesmo o movimento da câmera, podem nos fazer pensar, refletir, imaginar coisas e elaborar pensamentos, quase como se estivéssemos “lendo” o filme.
Como é bom assistir um livro e ler um filme.
Na realidade, tendo a gostar mais dos livros. Só acho o filme bom quando me faz pensar, quando não é apenas um passatempo que na hora prende a atenção, mas logo depois nem lembramos mais da história. Prefiro aqueles que trazem emoções, aprendizados e proporcionam alguma reflexão. Acho que não gosto de passatempo; não quero que o tempo passe, quero é aproveitá-lo bem, me divertindo, mas também aprendendo e evoluindo.
Hoje em dia, assisto a maior parte dos filmes nos serviços de streaming, os aplicativos de filmes e séries, que oferecem uma infinidade de opções. Que inovação tecnológica bem-vinda! Por aqui já quase não assistimos mais a programas da televisão.
As vantagens do streaming são incomparáveis. Por exemplo, eu e minha mulher muitas vezes damos uma parada no filme para comentar sobre algum aspecto ou pensamento despertado por uma cena ou fala. A frase com a qual iniciei esta crônica é fruto de uma destas paradas. Ou seja, parece que o streaming abriu espaço para o insight (desculpem, pois esta frase quase não está em português).
No passado eu assistia filmes com hora marcada para começar, dublados e, pior que tudo, pontilhados de intervalos comerciais. Ah, as tais propagandas, que nunca suportei e que até hoje me causam certa perplexidade, principalmente os comerciais com pessoas famosas.
É de parar para pensar.
São artistas, modelos e famosos de todos os tipos indicando produtos, dando conselhos para adquirirmos isso e aquilo, opinando e recomendando coisas, muitas das quais possivelmente eles mesmos não possuem nem admiram. Mas este tipo de propaganda funciona, tanto que é intensamente veiculada. Nem sei se poderia ser chamado de propaganda enganosa…
Faço estas reflexões, mas não me excluo de também ter me deixado levar algumas vezes por este tipo de anúncio. Felizmente o streaming de vídeo e de música me livrou da impureza da propaganda. É como se fosse a arte filtrada.
A gente sabe que os protagonistas foram pagos para dizer aquilo, é opinião comprada e não autêntica, sem relação com seu gosto pessoal, mas acabamos por nos deixar influenciar. E como nos enganamos. Nossa admiração, claro, deveria ser pela obra de arte e não pelo artista, a quem não conhecemos, de quem nada sabemos. Ser um grande artista, modelo ou jogador de futebol não significa ser uma grande pessoa, um ser humano de qualidade, alguém que sirva de exemplo. São coisas absolutamente diferentes! É espantoso como fazemos esta confusão.
Há casos até hilários, como modelos famosas, lindas e ricas anunciando roupas de lojas populares, nas quais nunca sequer entraram, elogiando peças que jamais usariam e recomendando o que pode ser bom para os outros, mas não para si. Recentemente vi um jogador de futebol recomendando investimentos financeiros. Um ator, que mora em uma mansão, aparece indicando compra de apartamentos populares…
Que mecanismo será esse? Alguém famoso dá uma opinião em algo sem nenhuma conexão com o motivo de sua fama, e muitos de nós acham consistente, atribuem valor e se deixam influenciar numa decisão de compra.
Insisto na ideia de que o admirável é o livro, não o escritor, a pintura, não o pintor, a interpretação, não o ator, a música, não o compositor, o canto não o cantor….
O filósofo Nietzsche dizia algo que acho muito interessante e profundo:
Eu sou vários. Há multidões em mim. Na mesa da minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo.
Este último é o alvo das tais propagandas…
Antonio Carlos Sarmento
Querido Cacau!
A crônica boa é aquela que forma imagens, sentimos emoção e passamos a fazer parte do que está sendo lido, ou nos faz viver momentos ou situações semelhantes.
É aquela que te transforma em personagem da história
E você consegue com muita facilidade transmitir tudo isso em suas, cada vez mais, crônicas maravilhosas.
Na minha modesta opinião, sobre filmes e livros, é que os bons são aqueles que te fazem viajar, sonhar e viver o sentimento da mensagem desejada pelo autor.
Ou seja, filme sem mensagem clara e objetiva é igual a ZERO.
Sou fã de filmes baseados em fatos reais. Aqueles que você exclama: Meu Deus! Isso aconteceu!
Sua crônica, acontece! É isso!
Bjs
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Chico,
Concordo com seus comentários, especialmente no que diz respeito a filmes sem conteúdo, sem mensagem.
Aí vira apenas um passatempo…
Claro que também precisamos de coisas leves, apenas para divertir, às vezes dar risadas. Isto também é muito bom!
Obrigado por dedicar tempo no dia do aniversário, para comentar a crônica.
Beijos em todos e uma ótima semana!
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Caro Amigo, Muito bom dia, Suas crônicas são sempre, para mim, motivo de reflexão, esta de forma despretensiosa, a meu juízo, nos deixa uma lição a ser apreendida, qual seja a de que o tempo mal gasto é vida que se perde, isto é um ensinamento logosófico da maior importância e, que muitos de nós, não entendemos ou demoramos uma vida para entender. Muitíssimo agradecido. Recomendações à Sônia, à Tatiana, ao Jean, ao pequeno Gui e demais familiares.
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Caro amigo JH,
Gostei da formulação: “tempo mal gasto é vida que se perde”. Sabedoria pura, que merece a nossa reflexão…
Obrigado por comentar, meu amigo!
Abraços a você, Sueli, os “meninos” e a Catarina!!!
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Uma discussão de deuses sobre artes, o quê existe de mais sublime na alma humana.
A interferência do autor com suas preferências pessoais mostra o lado humano envolvido e suas imperfeições.
A finalização com Nietzsche com outra grande filosofia sobre cada um dos que moram dentro de nós finalizou com a cereja sobre o bolo.
Parabéns por mais está pérola!
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Caro primo Rômulo,
Fico contente que tenha apreciado a crônica e a considerado uma “pérola”. É um grande elogio!!!
Este pensamento de Nietzsche é de uma riqueza muito grande: daria várias crônicas. Percebi que você notou a profundidade da frase.
Muito obrigado, meu primo.
Uma excelente semana por aí e um grande abraço!
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Interessante a tua reflexão porque sempre quis entender porque um ator do kilate de um Tony Ramos anunciava a picanha da Friboi . Quanto ao Streaming, tb sou fã incondicional.
Abraços, boa semana e que Deus vos abençoe.
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Amigo Luigi,
Você deu nomes aos bois, aliás, ao Friboi… É exatamente a este tipo de propaganda que me referi. Causa perplexidade mesmo, não é? Mas acaba por funcionar, tanto que continuam proliferando.,..
Mais uma vez, obrigado por comentar.
Desejo ao amigo e sua família uma semana de paz e realizações.
Grande abraço!
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Muito bem expostas as suas ideias. Concordo e também procedo do mesmo modo: a leitura enriquece, o streaming nos da liberdade de escolha.
Assistir um livro e ver um filme: adorei esta imagem. Vou divulgar. Um abraço.
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Querido amigo Luiz Fernando,
Fico feliz de receber seu comentário. divulgue à vontade a ideia que apreciou, assista muitos livros e leia muitos bons filmes em seu streaming!
Um afetuoso abraço, meu amigo e manda um beijo pra Mari!
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Poxa Cacau, não fala assim das propagandas! São elas que sustentam seu amigo aqui há mais de 35 anos…rs
E pela sua descrição, a propaganda do ator que vive numa mansão vendendo apto popular foi feita pela minha empresa! Mais rs
Mas a crônica é ótima! Tb adoro um bom livro!
Um forte abraço
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Querido amigo Marco,
Meu eterno tesoureiro…
Muito contente de ter sua presença por aqui, ainda mais com um comentário tão divertido e bem humorado.
Deus me livre te atrapalhar… Se desejar, eu tiro a crônica do ar. hahahahaha
Um grande e saudoso abraço!
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Excelente crônica!
Concordo plenamente com tudo que você escreveu .
Tenha uma semana abençoada.
Um forte abraço.
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Amigo Newton, infalível no comentário,
Obrigado por sua constante presença por aqui.
Um forte abraço e uma ótima semana para você e Nuri!
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A crônica de hoje nos faz repensar a telinha. Mas um bom filme e um bom livro sempre são motivos de boas conversas…Bjs
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Querida prima,
Isso mesmo: é sempre bom repensarmos nossos hábitos. E buscarmos a qualidade dos livros e filmes.
Obrigado por comentar, minha prima.
Beijos
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Querido Cau,
Achei interessante o paralelo livro/filme , gostei da reflexão. Muitos livros viram filmes e vice-versa, tornando-os mais ilustrados, detalhados e intrigantes.
Quanto as propagandas me fez lembrar do nosso querido amigo Afonso, fascinado por elas, as descrevia com detalhes, comentava com pormenores o quanto as achava bem boladas.
Boa semana meu Irmão!
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Minha irmã,
Que bom a crônica ter feito você lembrar o saudoso Afonso, figura marcante e sempre um ótimo papo.
Fico contente que tenha gostado das reflexões.
Beijos e uma ótima semana!
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Eu gostei da realidade dos comentários na crônica.
Um fraterno abraço ao meu jovem amigo, irmão, escritor, poeta e um excelente pai.
Em tempo:
O Espírito Santo dá a algumas pessoas um carisma especial para manifestar em felicidade a alegria de outros.
Um beijo na família.
Osluzio Fonseca
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Querido amigo Osluzio,
Acolho com alegria o seu comentário e fico feliz que esteja sempre acompanhando as crônicas.
Muito obrigado e daqui enviamos o nosso carinho a você, Nazaré e suas meninas tão queridas!
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