Um amigo me convidou para comemorar seu aniversário em uma pequena aldeia espanhola próxima a Barcelona. Ali passei um final de semana interessante. Deixar uma cidade média ou grande e viver, mesmo que poucos dias, em uma outra realidade, menor, mais calma, com outro ritmo e outros hábitos é uma experiência a ser repetida com… Continuar lendo ATENÇÃO
Crônicas
AMULETO
Foi na minha habitual caminhada ao cair da tarde que eu a vi. Ela estava em um terreno de esquina, ladeado pelo muro de uma casa e todo gramado. A área era pequena para uma nova construção, mas grande para ser apenas o jardim da casa ao lado. Parecia uma minipraça. Era ali que estava… Continuar lendo AMULETO
QUE RAIVA!
Saí de casa em uma bela manhã de sexta-feira e dirigia calmamente, quando cheguei a uma rotatória, que aqui em Portugal é denominada rotunda. Observei as regras, ingressei pela pista da esquerda, já que meu destino era a terceira saída. Fui pelo percurso em velocidade normal, sem lentidão, nem excesso. De repente o motorista do… Continuar lendo QUE RAIVA!
PONTO DE HONRA
Caminhar continua sendo minha forma preferencial de obter ideias para escrever. Movimentar o corpo parece que faz mexer minha mente de um modo especial, provocando um aflorar de pensamentos e memórias que não sei se viriam de outra forma. Lembro agora de ter lido certa vez que a criação literária surge como a súbita aparição… Continuar lendo PONTO DE HONRA
MÚLTIPLAS ESCOLHAS
Não posso dizer com precisão absoluta, mas quando ainda estava nos primeiros anos da escola, ali pela década de 1970, começaram a surgir as primeiras provas usando o mecanismo de múltipla escolha, normalmente cinco opções. Eu adorei aquilo! Até então, as questões eram apresentadas com espaços em branco para as respostas. Isso era muito mais… Continuar lendo MÚLTIPLAS ESCOLHAS
SEM DISCUSSÃO
Recentemente meus olhos foram atraídos por notícias a respeito de duas pessoas muito idosas. Depois que fiquei velho, velhos passaram a me interessar. Não resta dúvida de que a velhice é nossa única alternativa à morte, a fatalidade indesejada. A ideia de que precisamos viver como se sempre houvesse um amanhã, serve durante toda a… Continuar lendo SEM DISCUSSÃO
DEU ÁGUA
Quando comecei a escrever crônicas, pensei que seria uma atividade mais voltada à introspecção, algo mais interior, que exige foco e concentração, como um sistema de produção fechado: a mente elabora e os dedos traduzem os pensamentos em palavras. Em parte continuo achando isso, tanto que preciso de silêncio e solidão para escrever. Quando a… Continuar lendo DEU ÁGUA
DE JOELHOS
Há uns três meses acordei no meio da noite com uma dor forte no joelho esquerdo. Não caí, não bati, não torci, mas a dor estava ali. Busquei mudar de posição, esticar, encolher, sem sucesso. Em vez de dormir, a dor me permitiu apenas tirar cochilos sucessivos e breves. Dormir assim, de forma alguma, se… Continuar lendo DE JOELHOS
CAFÉ DA MANHÃ
Fiz uma breve viagem com minha mulher à Espanha para visitar uns amigos. Após a chateação de voar entalado num assento para pigmeus, andar quilômetros no aeroporto do destino e aguardar muito tempo para obter o carro na locadora, finalmente chegamos ao hotel. O recepcionista era um rapaz de uns 25 anos, muito falante, simpático… Continuar lendo CAFÉ DA MANHÃ
PEQUENAS GRANDES COISAS
Recentemente concluí a leitura de um livro que tem exatamente 1088 páginas. Logo ao início o autor justifica o “tijolo” com o argumento de que a ideia que defende é tão contra o senso comum, que precisará de muitos dados e análises para comprovar o que afirma no título. Ao encerrar a leitura, reconheci que… Continuar lendo PEQUENAS GRANDES COISAS
RARIDADE
Recentemente, precisei utilizar com muita frequência o serviço de carros de aplicativo. Durante cerca de um mês no Rio de Janeiro, todos os meus deslocamentos foram feitos usando esta modalidade. Não tive foco em aspectos do serviço, pois meu interesse maior é sempre o ser humano, os comportamentos, as opiniões e as reações. Em todas… Continuar lendo RARIDADE
ÚLTIMO DOMINGO DO ANO
Queridos leitores, Como já sabem os que me acompanham há mais tempo, no mês de dezembro não publicamos crônica. É mês dedicado às festas. Mas não posso deixar de agradecer: o ano de 2024 foi o de maior número de visualizações por crônica, um resultado da generosidade de vocês e que me estimula a perseverar… Continuar lendo ÚLTIMO DOMINGO DO ANO
ÀS COMPRAS
Tirei parte do meu dia para comprar algumas coisas que precisava. Fui primeiro a um shopping e depois estive em uma loja de bairro, experiências bem diferentes. Na primeira loja do shopping em que entrei não precisei falar com ninguém. As roupas estavam penduradas em cabideiros brilhantes, espalhados por todo lado, se oferecendo silenciosamente a… Continuar lendo ÀS COMPRAS
VIDA SEM FILTRO
Estava em casa e ouvi um barulho de água escorrendo. Segui a trilha sonora que me levou à cozinha, onde encontrei um início de inundação. Meu aparelho de filtrar e gelar água vazava por todos os lados. Fechei o registro (os portugueses diriam “registo”), sequei o chão e telefonei para a assistência técnica. Eles já… Continuar lendo VIDA SEM FILTRO
PEDRA POLIDA
Não vejo meu neto Guilherme há quase um mês, depois de estarmos juntos diariamente por quase seis meses. A falta que sinto dele trouxe à tona algumas passagens da nossa convivência recente. Guilherme levou uma bronca da mãe por atrasar a saída de casa, agarrado aos brinquedos e alheio aos horários. A mãe, após várias… Continuar lendo PEDRA POLIDA